miau

miau

Páginas

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

o que não se pode explicar



Não quis abrir meu olhos
pesados, cobertos de uma matéria densa de realidade desconcertante
Não quis ver os fantasmas que me cercavam
permaneci com seus gritos em meus ouvidos
Queria fugir antes que meu mundo se quebrasse
mas os cacos já estão caindo
estilhaços em minha pele
lagrimas de sangue escorrem quentes
grito um silencio
Sinto a carne ferver dentro de mim
 a dor precisa ser vivida
para um dia cessar
ficar suportável em fim
vivendo no rombo que criou
ocupando aquele vazio
corroendo aos poucos
deixando a vontade
do que foi, do que seria
do que não existe
tropeçando nos erros
afogada nos medos
engoli as desculpas
finji uma coragem
e quando abri meus olhos 
estava em um canto estranho
perdida naquela saudade
que habita um eterno dentro de mim
o tempo tinha passado
e eu não tenho mais tempo

sábado, 29 de agosto de 2015

Guardador de Almas



O pouco luar timidamente 
lança raios de luz
em uma imensidão
escura do sem fim
O esvoaçar das batidas
fortes daquelas asas
rasgavam o céu opaco
Aquele ser de face frívola,
lábios gélidos cerrados, olhos sombrios
manto abrangente
me fuzilava com olhar esbugalhado
senti meu corpo convalescer
tombando ao chão
como um casca vazia
tudo começou a ficar turvo
longe, meus olhos desvanecendo
Enquanto aquele anjo
de vestes trapilhas e negras
em um impulso, rasgava o céu
com um voo rajante
em busca de novas almas para ceifar
se afastando cada vez mais
E minha vida continuava fruindo
para fora de mim, alimentando
a sede da terra fria e úmida
com meu sangue quente, deixando
meu corpo afagado pela neblina
corriqueira que cobria tudo
naquela alameda vazia.

terça-feira, 2 de julho de 2013

SEM SENTIDO



É preciso guardar os sentimentos
porque a realidade machuca de mais
esconder aqui dentro é melhor refugio
quando você não sabe mais
quando é incerto
a solidão rodeia
e você não tem no que acreditar
só se agarrar no que esta aqui dentro
e deixar os dias passarem
porque na vida real tudo parece farza
momento e passa
deixa marca, mas passa
as pessoas atuam de graça
teatro que deixa um arrombo no peito
a mente desnorteada e coração doendo
sem motivo, sem razão
as pessoas somem e tudo acaba
tudo esquece, tudo deixa de existir um dia
e até que esse dia chegue, você esconde
os sentimentos aqui dentro. . .

segunda-feira, 29 de abril de 2013

PEDAÇOS



Estou escrevendo coisas,
 coisas que parecem
presas dentro de mim
que não podem ser ditas
parece furacão devastando
A estrutura do meu ser
como quando aquele dia
do primeiro beijo
e aquele abraço que deixou um vazio
estou tentando arrancar aqui de dentro
estou gritando historias ao vento
estou tentado mudar a trilha sonora
essa melodia que sussura teu nome
me perde dentro desses sentimentos
preciso buscar quem sou
estou tentando arracar aqui de dentro
nada parece fazer parar
as noites são frias e tristes
e a solidão assombra no meio da multidão
gritos e o silencio
estou arrancando aqui de dentro
os pedaços do que restou . . .

sábado, 27 de outubro de 2012

Amor e mais nada ♥



Como gritar ao vento mil juras e verdades
O que não se consegue conter no peito
A liberdade, que percorre no sangue
Com sentimentos  que as palavras não descrevem
Lembranças que ainda arrancam lagrimas de uma saudade boa
Lagrimas de alegria, sorrisos puros e sinceros
E o calor do abraço que faz o tempo parar
O toque da pele que traz arrepios e aromas inconfundíveis
O pensamento incontrolável,  os impulsos
A vontade de falar o tempo todo, aquilo que as palavras não dizem
Não é preciso entender, só uma vasta vontade de viver
Deixa até os dias chuvosos mais bonitos
Até ouvi o canto do pássaros
Não sei  ao certo o que estou sentindo
Mas “para sempre” é um tempo bom
Por que do teu lado, as coisas perdem o nexo
Sinto que estou transbordando, derramando amores
E de todos os lugares do mundo
O mais seguro é entre teus braços
Com cada gesto gravado na memoria
Aperto play, vou embora daqui
Vou pra perto de ti
Completamente embriagada de você
As vezes não faz sentido
Acho que é amor o que eu estou sentindo

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Ainda há Tempo




As turbulências não param
Entre as imagens embaralhadas
Das lembranças, memórias,
O tempo vai passando, rápido demais
Vai apagando tudo, até fazer parar de sentir
Meu corpo não se move, vejo tudo passar
Nas paredes de meu quarto, sinto-me parte do lugar
Rodeada de medos que gritam derrotas sem parar
Suicídio é só mais uma forma de matar a dor
As decisões são difíceis e mais um dia passa
Tudo vai se acabando
Essa vontade me consome, afogada em angustias
Com lagrimas que não param de cair
Meu tempo também esta se acabando
A cada minuto mais perto de terminar
Penso em todas as palavras não ditas
Os sorrisos, a vida não vivida
O tempo  perdido
A falta    que faz, toda dor que eu trago aqui
É tão fácil viver sonhando,
Vai ver a vida é tempo perdido
Que vai se apagando devagar
Como frases escritas na areia
Palavras ditas, sem significado algum
Mas ainda há tempo de mudar?
Não sei, 
Então eu deixo passar

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Um Final




Eu quis desistir de tudo
Até onde somos capazes de seguir?
Agarrados em devaneios
A fé vai até onde é possível acreditar
E quando acreditar não basta
Ultrapassando os limites da realidade
Eu senti sua presença
Mas é ilusão, perdida
O chão parece sumir de baixo de meus pés
E o buraco que existe dentro de mim
Nada pode preencher, tomado de angustias
Meu corpo se sente vencido
Me segurando em preces
Tentei colar os retalhos de dentro de mim
Eu quis fugir pra um lugar que não existe
Outra época, outra dimensão
Não sabendo por onde começar
Afugentada por minha mente doentia
Embriagada, em uma rua nublada, perdida nos becos
O silencio é perturbador, como o choro abafado em meu  peito
Cansei de ser forte, queria gritar até a dor passar
Tirar tudo que esta aqui dentro
Mas sinto o vazio, perdendo controle
 De todos os lados os delírios me cercam
Travam batalhas e temo que vençam minha lucidez
Será que eu já posso enlouquecer em paz
A fé esta se acabando
Acenda uma vela, para salvar essa alma
Eu só quero que isso tudo acabe
As vozes não param gritam em minha mente
Não tenho mais um lugar para voltar
Acho que nunca tive
As coisa jamais voltam a ser como eram
E não importa o tamanho de sua dor
No desespero, a lamina percorre cega
O sangue jorra, lava a calçada
E é mais uma tristeza que acaba
Em carne viva, mas que vaga pela eternidade
inquieta, uma alma perturbada